Mandamentos
de Buda
Os dez principais
mandamentos de buda
Os Cinco Preceitos fundamentais de buda
A moralidade
é o ponto de partida de todos os bons darmas e o
alicerce do crescimento espiritual.
Ela se baseia no reconhecimento de que o eu
não tem a primazia e que deve aprender a respeitar os
direitos, os sentimentos e as necessidades
dos demais seres sencientes.
As principais
obrigações morais ensinadas pelo Buda são
os chamados Cinco Preceitos, que constituem
regras ou princípios para orientar o
comportamento. Suas finalidades básicas são:
-
evitar
que prejudiquemos outros seres;
-
ajudar-nos a
criar bom carma, ou mérito, para nós mesmos.
O carma negativo é invariavelmente
gerado pelas más intenções. Sempre que, proposital
ou conscientemente, prejudiquemos
outro ser, somos culpados de agir com más intenções.
O Buda ensinou os Cinco Preceitos para nos auxiliar a
superar o hábito de lesar os demais e a nós mesmos
com as nossas más intenções.
Fundamento da moralidade budista
e ponto de partida para o verdadeiro
crescimento do ser humano, os Cinco Preceitos são:
Para Compreender os Cinco Preceitos
Os preceitos são enunciados
na forma negativa, porque o primeiro passo
para o crescimento moral é sempre deixar de fazer as
coisas que prejudiquem outros seres sencientes. Antes
de sequer começar a pensar em como ajudar o
próximo, é necessário, antes, parar de
prejudicá-lo. Vamos detalhar, a seguir, cada um
desses preceitos fundamentais.
Não matar
Matar intencionalmente um ser
senciente é um modo muito grave de prejudicar
alguém. Se possível, devemos evitar matar até
mesmo camundongos, pernilongos, formigas e outros
animais pequenos. Ao respeitar a menor e mais
indefesa criatura, adotamos uma atitude
de respeito por todos os seres. Esse tipo de respeito
é a base de todos os méritos.
Como o budismo é uma religião
centralizada na vida humana e, uma vez que o Buda
disse ser a vida humana particularmente
preciosa, matar outro ser humano é a mais grave forma
de matar. Matar um ser humano de propósito é
ato gravíssimo, que resulta sempre em carma
negativo também muito grave.
O mau carma gerado pelo assassinato
varia de pessoa para pessoa, pois as circunstâncias
que levam à transgressão são sempre diferentes.
Um indício da gravidade do homicídio
pode ser percebido quando se analisa o
que acontececom um mongeou monja budista que venha a
matar um ser humano: essa pessoa será expulsa do
monastério, não terá permissão para conviver
com outros monges e monjas e, com toda a certeza,
renascerá no inferno. Essa retribuição
não pode ser abrandada, nem mesmo pelo mais sincero ato de
arrependimento.
Matar um animal ou um inseto também
configura uma violação do primeiro
preceito, apesar de não ser considerada uma
ofensa tão grave quanto matar um ser humano. As sementes
nocivas plantadas na consciência quando
a pessoa mata animais podem ser erradicadas por
meio de atos de sincero arrependimento.
A proibição de matar figura em
primeiro lugar entre os Cinco Preceitos porque é a
menos sutil de todas e, portanto, consiste no
alicerce das outras. Quem consegue
perceber que matar é errado pode começar a ver
que as outras formas de causar dano também são erradas.
Observar o preceito que proíbe
matar é algo que traz grandes benefícios
espirituais, ensinando-nos a praticar a
compaixão e a pensar com profundidade
nas necessidades e nos direitos dos outros seres.
Na verdade, todos os seres são apenas um. Se não
conseguirmos respeitar os outros, como
poderemos respeitar a nós mesmos? E, sem
respeito próprio, como ser dignos de conhecer a
nossa natureza búdica?
Muita gente pergunta como as plantas
devem ser consideradas à luz desse primeiro
preceito. Sendo elas seres vivos, não seria errado
matá-las? O Buda disse que os animais e os insetos, por
terem consciência ou percepção, são muito
diferentes das plantas. Em última análise,
todas as coisas deste mundo são dotadas de natureza
búdica e devem ser respeitadas. Contudo, uma vez
que os animais têm consciência, devem ser tratados
com especial respeito, pois, como nós, eles também
estão em meio à jornada que só se conclui com o
despertar completo.
Os budistas chineses geralmente
dão maior ênfase ao vegetarianismo do que
os de outras tradições. O praticante que
adota a dieta vegetariana se desassocia
totalmente do ciclo de criar e matar animais. O Sutra
do Grande Nirvana diz: “Aqueles que comem carne perturbam
o desenvolvimento da grande compaixão.
Onde quer que andem, parem, se sentem ou se deitem, o
cheiro da carne que comeram pode ser sentido por
outros seres sencientes, os quais,
consequentemente, se amedrontam”.
Pessoas que gostam
de matar causam repulsa em outros seres vivos, ao
passo que aquelas que não gostam de matar atraem para
si os outros seres vivos.
Tratado sobre a Perfeição
da Grande Sabedoria
Não roubar
Não prejudicar os outros de
nenhuma forma é o fundamento de todos os Cinco
Preceitos. Quem rouba lesa, porque viola o direito de
propriedade e a confiança na integridade
do mundo ao redor. Define-se “roubar” como o ato de se
apropriar de qualquer coisa que não seja sua. O dano pode ser
gerado por meio de fraude ou engano, pela remoção
física de um objeto pertencente a outra
pessoa, pela escamoteação das leis – seja
como for, toda forma de apropriação configura
roubo.
Também é roubo tomar emprestado e não
devolver, ou devolver o objeto avariado. Não
entregar algo que foi confiado aos seus cuidados
como portador, também é um tipo de roubo. Exemplos disso
variam do ato mesquinho de não entregar um
objeto de pouco valor até o ato grave de apropriação
da herança que alguém lhe confiou para que
passasse aos herdeiros de direito.
O código budista de conduta
moral considera o roubo uma transgressão
tão mais séria quanto maior o valor do objeto tomado.
Caso o objeto seja de valor irrisório, seu roubo é
considerado apenas um comportamento
“impuro”. Sementes cármicas são plantadas mesmo
pelos menores roubos, mas o comportamento
impuro não é tão sério como o roubo propriamente dito.
Roubos menores, categorizados como ações
impuras, seriam, por exemplo, não devolver uma
caneta esferográfica, pegar um envelope
sem pedir ou utilizar alguma coisa sem permissão do
dono.
O preceito de não roubar é um dos
mais difíceis de serem seguidos, porque todos são
tentados a pegar ou manter coisas que não lhes
pertencem. Ficar com o livro de um amigo, levar a toalha
do hotel, carregar para casa material do escritório,
utilizar o telefone comercial
inadequadamente e assim por diante,
queiramos ou não admiti-lo, são, também, roubo.
O sábio nunca se aferra a nada; portanto,
nada se aferra a ele. As pessoas comuns aferram-se a
tudo; logo, ficam aprisionadas às suas ilusões
pelo carma e pela cobiça.
De acordo com o Sutra Avatamsaka (Sutra
da Guirlanda de Flores), roubos graves levam ao renascimento
em um dos três planos inferiores da existência.
Além disso, assim que o renascimento for como ser humano, este
se dará em condições de pobreza e atormentado pelas
necessidades materiais.
O Buda disse: “Ananda,
como ignoram a verdade, os seres sencientes
aferram-se aos seus desejos e ocultam sua sabedoria
sob o véu de suas ideias preconcebidas”.
Sutra do Grande Nirvana
Não mentir
A definição mais simples de
mentir é não dizer a verdade. A mentira
pode ser também qualquer tipo de enganação,
duplicidade, falsidade, distorção
ou informação errônea. Trata-se de ofensa muito
grave, porque viola a confiança das pessoas e as leva a
duvidar de suas próprias intuições. Os principais
tipos de mentira são dois:
-
mentira
por omissão;
-
mentira intencional.
A mentira intencional é aquela
inequívoca, praticada com o propósito
de enganar alguém. A mentira por omissão é a sonegação
de informações com o intuito de enganar alguém. Os dois tipos são
muito graves e ambos geram sério carma negativo.
As mentiras podem ser classificadas
em três categorias:
Considera-se que a pior mentira é
alguém se dizer iluminado quando não o é,
ou alegar ter poderes paranormais que não tem.
Se esse tipo de mentira for contado por um monge ou
uma monja, a ofensa é ainda mais grave.
Mentiras menos graves são todas as outras.
Por exemplo, alguém dizer ter visto algo que não viu, ou
que não viu algo que viu, ou dizer ser falso o que é verdadeiro
ou ser verdadeiro o que é falso.
Um exemplo de mentira de
conveniência seria não revelar a um doente
terminal a gravidade de seu estado. Ou
amenizar uma verdade para evitar que uma
criança sofra um trauma psicológico.
Na mentira de conveniência, importa
levar em conta a intenção que nos inspira e a
avaliação que fazemos dessa intenção. Se
tivermos certeza de que causaremos mais bem do que mal
com a mentira, não estaremos violando
o preceito.
Aquele que mente ilude –
primeiramente a si próprio e depois
aos outros. Trata a verdade como se fosse falsa e o
falso como verdadeiro. Confundindo totalmente
o verdadeiro e o falso, não consegue
aprender o que é benéfico. Ele é como um recipiente
tampado no qual água limpa não pode ser despejada.
Tratado sobre a Perfeição
da Grande Sabedoria
Não ter má conduta sexual
Entende-se por não ter má conduta
sexual a prática sexual que viole as leis e
costumes da sociedade. Paralelamente, o incesto e
qualquer outra conduta sexual que lese ou viole os
direitos de outra pessoa são também considerados
má conduta sexual.
Alguns exemplos de conduta
abusiva, mesmo para pessoas legalmente
casadas: ter relações sexuais na hora errada,
no local errado, em excesso ou ter relações
insensatas.
Na hora errada significa no
fim de uma gravidez normal, em momentos de
retiro ou ocasiões em que estejamos doentes.
Locais errados para relações sexuais são templos,
lugares públicos ou à vista de outros. Ter relações
sexuais em excesso significa devotar-se
tanto ao sexo que a própria vitalidade se
esgota. Sexo insensato equivale a
masturbar-se em excesso, vender o corpo por
dinheiro ou em troca de favores, adotar condutas
sexuais que despertem emoções desarrazoadas (ou
seja, emoções que brotem da cobiça, da raiva ou da
ignorância).
Não abusar de drogas ou bebidas
alcoólicas
Uma tradução mais literal deste
preceito seria: “Prometo abster-me do
entorpecimento e da imprudência resultantes
da utilização de drogas ou da ingestão de
bebidas alcoólicas”. Em poucas palavras, o
preceito diz: não se entorpeça. O propósito
dele é evitar que façamos ou digamos coisas
estúpidas enquanto nossos sentidos
estiverem alterados sob o efeito de drogas ou
bebidas alcoólicas.
Os quatro primeiros preceitos
são em si violações morais lesivas,
prejudiciais aos outros por natureza. Já o consumo de
drogas ou de bebidas alcoólicas não seria algo
intrinsecamente maléfico, uma vez que
é um ato que prejudica mais diretamente o próprio
usuário. Entretanto, o Buda adverte que o consumo
dessas substâncias altera a consciência, tendo
como resultado sérios lapsos de discernimento
e a consequente violação dos outros preceitos.
O Shastra Abhidharma-mahavibhasha conta
uma história que ilustra como o consumo de
álcool pode levar à violação de todos os outros
preceitos. Refere-se a um budista que se embebedou
e decidiu roubar uma galinha de sua vizinha.
Roubou, matou e comeu a ave. Quando a vizinha perguntou
se ele tinha visto a galinha, respondeu que não. A
partir daí, o sujeito continuou a devotar-se
à própria ruína, lançando olhares lascivos
à vizinha e utilizando com ela linguagem
sexualmente provocativa. A cadeia
de eventos que o levou a quebrar todos os Cinco Preceitos
começou com o primeiro drinque. Se não tivesse
bebido, jamais teria plantado tantas sementes
cármicas negativas. Tenho certeza de
que todo mundo conhece exemplos piores do que esse no
mundo atual.
Ao considerar as consequências
da violação do princípio relativo a
drogas e álcool, devemos levar em conta que o budismo é
uma religião de moralidade, autocontrole e
sabedoria. Qualquer coisa que anuvie a mente ou entorpeça
a razão inevitavelmente diminui tanto nossa
sabedoria quanto nosso autocontrole.
Quem quiser
atravessar o grande oceano do nascimento
e morte deve observar os Cinco Preceitos de todo o coração
e com a mente por inteiro.
Sutra Upasaka-shila (Sutra
sobre os Preceitos de Upasaka)
A Importância da Moralidade
Quem não dá muita importância à
moralidade geralmente acha que a
observância de um código de conduta moral
restringe a liberdade. Nada poderia estar mais
longe da verdade. A moralidade não cerceia
nossa liberdade – liberta-nos da ilusão.
As correntes cármicas que nos
aprisionam à ilusão só podem ser destruídas
por meio de uma vida moral. Em vez de ver a moralidade
como um fardo desagradável, deveríamos
considerá-la uma oportunidade
para uma vida mais sublime. É apenas pela moralidade
que nos diferenciamos dos seres dos planos de
existência inferiores.
Assim como a serenidade e a
compostura são essenciais à meditação,
a moralidade é essencial ao crescimento do ser
humano. O objetivo dos Cinco Preceitos não é
oprimir, eles simplesmente constituem
uma das três instruções básicas proferidas
pelo Buda sobre a evolução rumo a uma consciência
mais elevada, que são:
-
moralidade;
-
meditação;
-
sabedoria.
Em termos gerais, a meditação
baseia-se na moralidade, enquanto a
sabedoria tem por fundamento a meditação.
A moralidade é o alicerce necessário
para a meditação e para a sabedoria.
De acordo com o Buda, se seguirmos os
Cinco Preceitos, teremos uma melhora em nossa vida
presente e nas futuras, posto que estaremos
plantando as sementes de nosso futuro.
Naturalmente, o êxito na observância dos Cinco Preceitos
não é conquistado da noite para o dia. Leva tempo para a mente
iludida se abrir totalmente às grandiosas e
libertadoras expansões de sabedoria que se
descortinam quando a mente começa a
compreender os níveis mais elevados.
Raras são as pessoas que conseguem
seguir todos os Cinco Preceitos desde o momento em que
tomam contato com eles pela primeira vez. Por
isso, o Buda recomendou que, no começo, os princípios
sejam observados de forma gradual. Primeiro, seguindo
o princípio de não matar; em seguida, passa-se a
cada um dos outros três, terminando com o princípio
relativo a não abusar de drogas e álcool.
A esse respeito, o Tratado sobre a
Perfeição da Grande Sabedoria diz: “Existem Cinco Preceitos.
No processo de aprendê-los, deve-se iniciar com
o princípio de não matar e seguir daí até aprender
a seguir o princípio sobre não consumir
bebidas inebriantes. Quando um preceito é
observado, diz-se que o primeiro passo foi dado.
Quando dois ou três são observados, diz-se que alguns
passos foram dados. Quando quatro princípios já
podem ser observados, diz-se que a maioria dos passos já
foi dada. Quando todos os Cinco Princípios são seguidos,
diz-se que os preceitos foram cumpridos. Nesse
processo, devem-se considerar as inclinações
pessoais para decidir a sequência em que se vão aprender
os preceitos”.
Sendo a moralidade, a meditação
e a sabedoria as três categoriasem que o
Budadividiu seus ensinamentos, são também
três as classes de transgressões contra os
preceitos:
Os preceitos de não matar, não roubar
e não ter má conduta sexual dizem respeito
às atividades do corpo, ao passo que o de não mentir se
associa à fala. Todos os preceitos têm a ver com a mente,
é claro, pois todas as ações e intenções nascem na
mente.
Corpo, fala e mente não guardam
correspondência exata com moralidade, meditação
e sabedoria, apesar de estarem envolvidos
com as mesmas áreas. Com a moralidade, aprendemos
a controlar os atos do corpo. Com a meditação,
aprendemos a controlar a linguagem e a
elaboração de conceitos. Com a sabedoria comum,
aprendemos a utilizar a mente para ajudar o
próximo e, simultaneamente, a nós
mesmos. No Sutra do Grande Nirvana, o Buda diz:
“Ananda, esses preceitos morais devem passar a ser
seu maior mestre. Observando-os e fundamentando
neles a sua prática, você conquistará o
samádi profundo e a sabedoria que transcende
a tudo neste mundo”.
De acordo com o Sutra Sandhi-nirmochana
(Sutra Elucidativo da Profundidade do Irrevelado), levar uma
vida moral, seguindo os Cinco Preceitos, confere-nos
dez bênçãos. O sutra diz que, em última instância,
a moralidade nos leva a conquistar o estado de
onisciência; a ganhar a capacidade de aprender como
um Buda aprende; a nunca prejudicar os sábios; a manter os
nossos votos; a ter paz; a conquistar o não apego à
vida e à morte; a desejar o nirvana; a ter uma mente
imaculada; a chegar ao mais elevado samádi, ou
concentração; a ter fé firme e resoluta.
O Buda sempre pedia que seus monges se
mantivessem calmos e se mostrassem calmos. A
moralidade pode ser concebida como um
tipo de serenidade que é muito confortável para
aquele que a pratica. Vivendo de acordo com os Cinco
Preceitos, começamos a nos sintonizar não só com os
ensinamentos do Buda, mas também com a pura
mente do Buda interior. A tranquilidade
fundada na inspiração que emana da mente
búdica jamais pode ser abalada e sempre se
mostrará correta.
Aquele que observa
os Cinco Preceitos é sempre superior até mesmo que o mais rico
e poderoso que os viola.
A fragrância
das flores e da doce madeira ao longe não pode ser
sentida, mas a doce fragrância da moralidade
em todas as dez direções será sentida.
Aquele que observa
os Cinco Preceitos está sempre alegre e satisfeito e
sua boa reputação à distância será conhecida;
seres celestiais amor e respeito por ele sentirão e
sua vida neste mundo será com doce êxtase preenchida.
Site de
referencia
Os dez preceitos ou mandamentos do Budismo
Monja
Isshin
Buda disse aos seus discípulos, "Existem dez preceitos
Prjtimoksa (maiores) de Bodhisattva. Se alguém recebe os preceitos
mas não os recita, não é um Bodhisattva nem uma semente do estado
Buda. Também eu recito estes preceitos. Todos os Bodhisattvas os
estudaram no passado, os estudarão no futuro e os estudam agora.
Seguidamente explicarei as características principais dos preceitos
de Bodhisattva. Deveis estudá-los e observá-los de todo o
coração."
1. Primeiro Preceito Maior: Não
Matar
Um discípulo de Buda não deve matar, encorajar
outros a matar, matar por expedientes, louvar o ato de matar,
rejubilar-se ao presenciar o ato de matar ou matar mediante
encantamentos ou mantras desviantes. Não deve criar as causas,
condições, métodos ou karma de matar e não deve matar
intencionalmente qualquer criatura viva.
Enquanto
discípulo de Buda, deve desenvolver uma mente compassiva e filial,
procurando sempre meios hábeis para salvar e proteger todos os
seres. Se, pelo contrário, falha em se restringir, tirando prazer
cruel em matar, comete uma ofensa Parajika (maior).
2.
Segundo Preceito Maior: Não Roubar
Um discípulo de
Buda não deve roubar, encorajar outros a roubar, roubar por
expedientes, roubar mediante encantamentos ou mantras desviantes. Não
deve criar as causas, condições, métodos ou karma de roubar.
Nenhum valor ou bem, mesmo pertencente a fantasmas, espíritos ou
ladrões, seja ele pequeno como uma agulha ou uma erva, pode ser
roubado.
Enquanto discípulo de Buda, deve desenvolver uma
mente misericordiosa, compassiva e filial - ajudando sempre as
pessoas a obterem méritos e virtudes e a alcançarem felicidade. Se,
pelo contrário, ele rouba o que pertence a outros, comete uma ofensa
Parajika.
3. Terceiro Preceito Maior: Não Manter
Condutas Sexuais Impróprias
Um discípulo de Buda não
deve envolver-se em atos licenciosos ou encorajar outros a fazê-lo.
[Enquanto Monge] não deve ter relações sexuais com nenhuma fêmea
- seja ela humana, animal, divindade ou espírito - nem criar as
causas, condições, métodos ou karma dessa má conduta. Além
disso, não deve envolver-se em conduta sexual imprópria com
ninguém.
Um discípulo de Buda deve ter uma mente filial,
salvando os seres e instruindo-os no Dharma da pureza e castidade.
Se, em vez disso, é desprovido de compaixão e encoraja outros a se
envolverem em condutas sexuais impróprias, ou envolve-se
promiscuamente com alguém, incluindo animais ou mesmo a sua mãe,
filha, irmã ou outros parentes próximos, comete uma ofensa
Parajika.
4. Quarto Preceito Maior: Não Mentir Nem
Falar com Falsidade
Um discípulo de Buda não deve
usar palavras ou expressões falsas, nem encorajar outros a mentir ou
mentir mediante expedientes. Não deve envolver-se nas causas,
condições, métodos ou karma de mentir, dizendo ter visto o que não
viu ou vice-versa, ou mentindo implicitamente mediante meios físicos
ou mentais. Como discípulo de Buda deve manter sempre a Fala Correta
e o Ponto de Vista Correto e levar os outros a mantê-los também.
Se, em vez disso, conduz os outros a um discurso errôneo, a pontos
de vista errôneos ou mau karma comete uma ofensa Parajika.
5.
Quinto Preceito Maior - Não Vender Bebidas Alcoólicas
Um
discípulo de Buda não deve negociar bebidas alcoólicas ou
encorajar os outros a fazê-lo. Ele não deve criar as causas,
condições, métodos ou karma de vender qualquer substância tóxica,
porque os tóxicos são a fonte de todos os tipos de
ofensas.
Enquanto discípulo de Buda, deve ajudar todos os
seres a alcançar sabedoria clara - se em vez disso os induz a um
pensamento perturbado e turvo, comete uma ofensa Parajika.
6.
Sexto Preceito Maior: Não Veicular as Faltas da Assembléia
Um
discípulo de Buda não deve veicular as faltas ou infrações de
Bodhisattvas ordenados ou leigos, nem de monges e monjas comuns, nem
encorajar outros a fazê-lo. Não deve criar as causas, condições,
métodos ou karma de discutir as faltas da assembléia.
Enquanto
discípulo de Buda, sempre que ouça pessoas malévolas, não-Budistas
ou seguidoras dos Dois Veículos falarem de práticas contrárias aos
preceitos no seio da comunidade Budista, deve instruí-los com mente
compassiva e levá-los a desenvolver uma fé sadia no Mahayana. Se,
em vez disso, discute as faltas e más ações que ocorram no seio da
assembléia, comete uma ofensa Parajika.
7. Sétimo
Preceito Maior: Não Se Louvar Depreciando os Outros
Um
discípulo de Buda não deve louvar-se e falar mal dos outros ou
encorajar outros a fazê-lo. Não deve criar as causas, condições,
métodos ou karma de se louvar a si mesmo e depreciar os
outros.
Enquanto discípulo de Buda deve estar disposto a
se sacrificar por todos os seres e a suportar humilhações e
calúnias - aceitando censuras e deixando que os outros seres recebam
toda a glória.
Se, em vez disso, exibe as suas virtudes e
encobre os aspectos positivos dos outros, fazendo desse modo com que
sofram calúnias, comete uma ofensa Parajika.
8. Oitavo
Preceito Maior: Não ser Avarento Nem Abusivo
Um
discípulo de Buda não deve ser avarento nem encorajar outros a
sê-lo. Não deve criar as causas, condições, métodos ou karma da
avareza. Enquanto Bodhisattva, sempre que uma pessoa necessitada pede
ajuda, deve dar-lhe o que quer que ela precise. Se, em vez disso, com
raiva e ressentimento, lhe nega toda a assistência - recusando-se a
ajudar ainda que com apenas um centavo, uma agulha ou uma erva, mesmo
que com uma sentença ou verso ou uma letra do Dharma, mas em vez
disso, censura e insulta essa pessoa - comete uma ofensa
Parajika.
9. Nono Preceito Maior: Não Alimentar Raiva
e Ressentimento
Um discípulo de Buda não deve
acolher o sentimento de raiva ou encorajar outros a se enfurecer. Não
deve criar as causas, condições, métodos ou karma da
raiva.
Enquanto discípulo de Buda, deve ser compassivo e
filial, ajudando todos os seres a desenvolverem boas raízes de
não-confrontação. Se, em vez disso, insulta e desrespeita os
seres, mesmo seres de transformação [tais como divindades ou
espíritos] com palavras rudes, agredindo-os com o punho ou com o pé,
com uma faca ou com um pau - ou guarda rancor mesmo depois de a
vítima confessar os seus erros e pedir perdão com uma voz doce e
conciliatória - o discípulo comete uma ofensa Parajika.
10.
Décimo Preceito Maior: Não Caluniar as Três Jóias
Um
discípulo de Buda não deve falar mal dos Três Tesouros ou
encorajar outros a fazê-lo. Não deve criar as causas, condições,
métodos ou karma da calúnia. Se um discípulo ouve ainda que uma só
palavra de calúnia contra Buda, proferida por não-Budistas ou seres
malévolos, experimenta uma dor semelhante à de trezentas setas a
trespassarem o seu coração. Como pode então ser possível ele
mesmo caluniar as Três Jóias?
Assim, se um discípulo é
desprovido de fé e de sentimentos filiais e ajuda pessoas malévolas
ou com noções aberrantes a caluniar os Três Tesouros, comete uma
ofensa Parajika.
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